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28 de jun. de 2012

Fenícios no Brasil?

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Você sabia da hipótese dos Fenícios, no século XII a.c., terem vindo ao Brasil muitos anos antes de Cabral e cia? Pois é, a terra das cidades-estado de Sidron, Biblos e da colônia Cartago, que foi mestre na arte do comércio Marítimo, pode ter vindo ao Brasil bem antes dos portugueses.
No Brasil, há evidências de escritas fenícias, lembrando que os Fenícios foram os primeiros a criarem o alfabeto fonético.


Em 1871, o IHGB recebeu uma carta vinda de uma localidade chamada Paraíba (existem várias regiões, cidades e rios com esse nome no Brasil). A mesma descrevia o encontro de uma grande laje na fazenda de Joaquim Alves da Costa, onde existiriam letras misteriosas, que foram copiadas pelofilho  do fazendeiro e enviadas à capital. O então diretor do Museu Nacional (RJ), o arqueólogo Ladislau Neto, enviou aos jornais uma tradução dessas letras, que descreveriam uma expedição saída da cidade de Sidon (na Fenícia), durante o reinado de Hiram I, que se perdeu e veio parar no Brasil. A notícia correu o mundo, sendo noticiada por diversos periódicos e por grandes autoridades. Em 1874 os epigrafistas S. Euting e Schlottmann demonstraram que a inscrição era uma fraude. O próprio Ladislau Neto admitiu o seu equívoco no ano de 1885, em uma carta enviada à maior autoridade em feniciologia do século XIX, o francês Ernest Renan (Neto, 1885). Os membros do IHGB e do Museu Nacional tentaram localizar a fazenda onde havia sido realizada a descoberta, mas foi constatado que Joaquim Costa e sua fazenda não existiam. Foi um embuste realizado com a intenção de desmoralizar a academia imperial ou ao contrário, glorificar algum de seus membros. Nesta última hipótese, a maioria dos pesquisadores sempre considerou que Ladislau Neto teria feito a fraude. Mas segundo nossos estudos, a inscrição da Paraíba possivelmente foi executada pelo arqueólogo e epigrafista francês Conde de La Hure. Uma vingança pela falta de incentivo financeiro do IHGB às suas pesquisas na pré-história de Santa Catarina (Langer, 2000, p. 80-90). No século XX, alguns estudiosos declararam que a inscrição da Paraíba era verdadeira, como o norte-americano Cyrus Gordon. A polêmica prossegue até hoje.
A pedra de Diamantina (1970)
Na cidade de Diamantina (Minas Gerais), o sr. Jair Emídio Ferreira mudava o assoalho de sua casa, quando subitamente encontrou um estranho objeto: uma pequena rocha do tamanho de um prato, com desenhos e letras esculpidas em sua face. Jornais locais e nacionais da década de 1970 noticiaram com grande alarde que este vestígio teria origem fenícia. Segundo nossas análises, a figura tenta imitar uma espécie de sacerdote fenício-semita e as letras uma mistura do alfabeto hebraico com o latim: trata-se de uma fraude muito mal realizada que não despertou maiores atenções dos acadêmicos. A pedra de Diamantina encontra-se atualmente desaparecida. Segundo notícias veiculadas na região, ela teria sido vendida por Jair Ferreira para um colecionador norte-americano.
A pedra de Gaspar (1972)
No sítio arqueológico denominado Sambaqui de Poço Grande (Gaspar, SC), propriedade de Olimpio Hanemann, foi encontrada uma rocha com traços de alfabeto paleo-semítico. No dia 28 de junho de 1972 a imprensa local noticiou a descoberta do vestígio, afirmando tratar-se de uma promissória fenícia. Segundo o professor Evaldo Pauli da UFSC, estas inscrições poderiam constituir a prova de que navegantes semitas estiveram antes de Cabral no nosso país, tese compartilhada pelo frei Simão Voigt (RJ), ambos em meados da década de 1970. Após muitos anos de debates e especulações, o renomado epigrafista Frank Moore Gross (Universidade de Harward) declarou que tratava-se de uma falsificação. O autor da fraude teria modificado as letras de um conhecido documento semítico, a inscrição Baal Libanon. O paradeiro atual da pedra de Gaspar é o Museu do Homem do Sambaqui, em Florianópolis (SC). Infelismente a pedra nunca recebeu maiores atenções dos acadêmicos. Diversos pesquisadores do Brasil, como o neo-difusionista Luis Galdino, defendem uma maior investigação desse misterioso objeto.
A hipótese da vinda de fenícios ao nosso país é conhecida desde a colônia, mas somente estes três casos constituem (ou poderiam constituir) uma evidência arqueológica desse antigo mito. A famosa pedra da Gávea é descartada, porque já foi evidenciada sua origem natural.
Fonte: Sobrenatural

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